Descubra os principais desafios de empreender no comércio varejista

Deixar um trabalho com carteira assinada ou desistir de um cargo público para embarcar no comércio varejista é uma escolha gratificante, mas que envolve vários riscos e desafios.
Fazer seu horário de serviço e se tornar o próprio chefe é o sonho de muitos brasileiros. Contudo, não se deve esquecer as dificuldades da profissão. Qualquer empreendimento pede esforços para se estabilizar e crescer no mercado.
No setor varejista não é diferente!
As adversidades estão presentes nesse tipo de empresa e, para contorná-las, conhecimento e proatividade são requisitos básicos. Portanto, que tal conhecer os principais desafios e maneiras de superá-los?
Continue lendo!
O que é o comércio varejista?
Comércio varejista, ou varejo, é o espaço voltado para a venda de produtos para os consumidores finais. No Brasil e outros grandes países em desenvolvimento, o comércio varejista tem grande valor por ser um setor que gera muitas vagas de emprego.
Fazendo parte do que chamam de setor terciário, o varejo tem como principais lojas os supermercados e hipermercados, farmácias, concessionária de veículos, lojas de vestuários, lojas de materiais de construção, lojas de móveis e decoração, postos de gasolina, etc.
Embora sejam segmentações promissoras, todas carregam alguns desafios na sua implantação e gestão. Logo, confira os principais desafios que são enfrentados por varejistas:
1. A competitividade no comércio varejista
De acordo com a pesquisa realizada pela Global Entrepreneurship Monitor (GEM) em 2015, a cada dez brasileiros, quatro participaram na criação de um negócio. Nos últimos 14 anos, essa é a maior taxa de investidores que o Brasil já teve.
Neste quesito, nosso país já passou à frente dos Estados Unidos e da China, se considerados os empreendimentos jovens, com menos de quatro anos no mercado. Porém, ao contrário do que pode parecer, a crise financeira ajudou para a expansão desses números.
Além do empreendedorismo de oportunidade, quando o investidor escolhe abrir seu negócio por várias razões, há o empreendedorismo por necessidade, que cresce quando há muitas pessoas desempregadas ou que têm dificuldade para conseguir renda.
A crise financeira afeta em especial essa segunda categoria. Com os altos índices de desemprego, mais vemos a abertura de uma empresa como solução para se manter ativo e conseguir faturar.
Se você pretende apostar no comércio varejista , não deixe que a competitividade do mercado adie seus planos! Ao contrário do que pensam os gestores menos experientes, a competição entre empresas não é de todo ruim para os negócios.
A competitividade força as empresas a se manterem em constante atualização, buscando alinhar sua oferta à demanda do cliente. Afinal, isso garante que seu negócio não fique obsoleto e seja esquecido pelo consumidor.
Além disso, se há muitos empreendedores investindo em certo ramo, este é um indicador de que o segmento é rentável e tem atraído atenção. Um ramo competitivo em geral é, também, um ramo que tem público-alvo.
2. O controle dos estoques
Um grande erro é achar que o estoque é um simples depósito de mercadorias. É vital dar a devido valor a esse setor do supermercado. Afinal, tudo depende de um bom controle da estocagem.
No estoque do comércio varejista é que estão armazenados todos os itens que serão necessários para a prestação de serviços ao consumidor. Qualquer venda ou troca dependerá dos produtos que estão guardados. Logo, se o controle não for bem-feito, toda a transação fica comprometida.
Você ainda duvida da importância de se dedicar ao controle dos estoques? Então, imagine só: uma pessoa entra buscando um produto específico, mas você não o tem estocado. Frustrado, o consumidor vai embora e encontra o que procura na concorrência.
Situação chata, não é mesmo?
A já falada competitividade do comércio varejista não deixa espaço para esse tipo de erro, que pode defasar em definitivo a sua relação com o cliente. E mais: se, por outro lado, sobrarem itens no depósito, você fica sujeito a perder dinheiro caso as mercadorias passem do prazo de validade. A solução, então, é controlar suas compras.
Registre as entradas e as saídas
O primeiro passo para manter o controle de seu inventário é anotar toda entrada e saída de produtos. Assim, observando o fluxo da sua mercadoria, fica mais fácil organizar as futuras compras de estoque. Para comprar bem, é preciso entender a demanda da clientela.
Não adianta ter no estoque do supermercado grandes quantidades de produtos que têm pouca saída. Por outro lado, também não se pode deixar faltar os itens que seus consumidores mais buscam.
Portanto, a solução é conhecer o fluxo de consumo no seu supermercado para, então, fazer uma reposição de estoques adequada. Aliás, não deixe de registrar nenhuma entrada ou saída e, de preferência, automatize essa tarefa com o auxílio de um sistema.
Integre os departamentos
Por mais que alguns setores do seu varejo pareçam independentes, todos eles estão interligados de alguma forma. Quando os dados estão descentralizadas, a comunicação entre os setores pode ficar lenta, deixando o controle de estoques sujeito a erros.
Quando se oferece um serviço de entrega de mercadorias, por exemplo, o estoque precisa ser notificado do que foi retirado pelo setor logístico para a entrega. Portanto, para garantir que a integração seja eficiente, é crucial reunir todos os dados numa mesma plataforma. Vale apostar em um sistema de gestão!
3. A organização do comércio varejista
Quando entramos em uma loja, precisamos de um padrão organizacional que nos permita encontrar os produtos que buscamos nas prateleiras. Pois, sem uma exposição adequada da mercadoria, o cliente perde tempo procurando os itens de que necessita e, por consequência, o supermercado perde vendas e compromete a sua credibilidade.
Para criar um ambiente de compras agradável e contornar os problemas com organização, você deve usar a verticalização de produtos. O conceito é simples: fazer a exposição nas prateleiras de acordo com o movimento habitual de leitura ocidental, que vai da esquerda para a direita.
O que é verticalização de produtos?
A verticalização é uma técnica de exposição das mercadorias que ajuda os compradores do supermercado a encontrarem exatamente o que desejam nas prateleiras. Dessa forma, a verticalização ainda atrai o olhar do cliente que, vendo o ambiente organizado, se interessa pelos produtos, encontra novas opções e acaba levando mais ítens.
A verticalização é uma medida aplicável a qualquer categoria de produtos: limpeza e higiene, mantimentos e até mesmo aos alimentícios. Ao propósito, as regras de distribuição também são as mesmas, independentemente da categoria.
Como fazer a verticalização no comércio varejista?
Como no comércio o giro do inventário é constante, padronizar a organização dos produtos pode ser um desafio para o empreendedor. Sobretudo, é difícil manter um local único para cada produto, já que os itens dispostos nas prateleiras estão em constante mudança devido ao fluxo de compras. Para contornar a situação, busque um padrão de organização.
A verticalização aposta sempre na orientação da leitura ocidental. Pense bem: como você lê um livro, uma página da Internet ou até mesmo um anúncio? Sempre da esquerda para a direita e de cima para baixo, certo?
O que você deve fazer é aplicar essa mesma lógica ao seu negócio. Sendo assim, suas prateleiras serão “lidas” pelo comprador da mesma maneira como ele lê um livro ou uma revista.
Há várias maneiras de fazer a verticalização dos produtos no comércio varejista . Você pode verticalizar os produtos de acordo com o tipo, com cores ou com seus tamanhos — a forma mais eficiente deverá ser decidida por você após experimentações.
Quais as vantagens da verticalização?
Se o local de compras está bem organizado, o cliente percebe desde o primeiro contato com a loja. Quando os produtos estão separados de maneira correta, o consumidor não perde tempo e encontra de fato o que precisa sem dificuldade, achando sozinho os itens que precisa.
Além disso, na verticalização você pode aproximar produtos que se complementam e induzir o cliente a levar mais do que ele planejava comprar. Se em uma prateleira você tem macarrão e outras massas, por exemplo, ao lado é interessante ter queijo ralado e molho de tomate. Essa é uma técnica conhecida como Cross Merchandising.
Com isso, você lembra o consumidor de algum produto que ele poderia se esquecer de adquirir e o leva a comprar além do planejado. Isso aumenta seu volume de vendas e ainda transmite credibilidade.
4. A burocracia do comércio varejista
O comércio varejista é uma excelente aposta para quem quer investir e ter um bom lucro, especialmente se escolhido um local estratégico para o comércio, que careça de ofertas no ramo alimentício. No entanto, como em qualquer negócio, a parte burocrática pode atrasar a abertura do comércio. Especialmente quando falamos em super e não só em mercado.
Mercado e supermercado
Se o objetivo do empreendedor é atuar nesse ramo, é preciso antecipar em qual tipo de empreendimento ele deseja investir. Assim, poderá identificar o estilo de sua clientela e traçar estratégias para satisfazer a esses compradores, adiantando a resolução das burocracias. São cinco os tipos de varejo em que se pode apostar:
- mercearia: atende à vizinhança, oferecendo produtos que supram a urgência no estoque de mercadorias dos moradores locais;
- mercadinho/minimercado: em relação à mercearia, dispõe de mais opções, cerca de cinco vezes mais produtos;
- loja de conveniência: são espécies de minimercados repensados, oferecendo mais alternativas de produtos e serviço diferenciado;
- supermercado: é bem maior do que o minimercado e possui grande variedade de itens;
- hipermercado: são grandes organizações comerciais, quase shoppings centers, que vendem também roupas, acessórios, produtos de decoração, tecnologia e até artigos para animais de estimação.
Atenção à burocracia
Cuidar da burocracia não costuma ser uma tarefa fácil ou prazerosa, mas é inegavelmente necessária. Então, é preciso encontrar o melhor local para a abertura de uma empresa no comércio varejista, chamar a vistoria da Vigilância Sanitária e providenciar todos os alvarás necessários.
O processo pode ser demorado e demandar muita mobilização do empreendedor. Por isso, o ideal é dar entrada na papelada o mais cedo possível. Preferencialmente, conte com a ajuda de um contador.
Trace seu plano de negócios
Após cuidar da parte burocrática, é hora de definir um plano de negócios antes de iniciar as vendas. Entretanto, no plano constarão informações como o montante que você pretende investir no negócio, suas expectativas de faturamento, o local onde o comércio será aberto e a disposição da sua equipe.
O plano de negócios mostrará a viabilidade do seu negócio, evitando fracasso nos primeiros passos do investimento. Certamente, o plano é essencial para acompanhar o desenvolvimento do supermercado, criar um parâmetro de comparação e para embasar as tomadas de decisão.
5.Automação para o comércio varejista
No comércio varejista , o cliente dispõe de uma vasta gama de produtos. Sendo assim, para conseguir abarcar todas essas opções no mesmo espaço, é preciso dar conta de organizar os setores e contar com uma equipe que seja capaz de gerir o espaço.
Contudo, considerando-se o porte dos supermercados, fazer o controle de estoque ou financeiro pelos meios tradicionais é humanamente impossível. Por sorte, a tecnologia já aprimorou essas ferramentas e hoje a automação está ao alcance do empreendedor. No ramo, automatizar as atividades é imprescindível.
O ideal é contar com um sistema para fazer o controle financeiro e a emissão de notas nos caixas e também a gestão das entradas e saídas do estoque. Assim, do seu computador ou até nos dispositivos móveis, como celulares e tablets, você poderá acompanhar o andamento dos processos internos e controlar melhor as atividades da empresa.
Isso garante que todas as ações serão bem feitas e que seu cliente sairá satisfeito do supermercado, o que é essencial para a fidelização!
6. O conhecimento do cliente
Antes de abrir uma empresa no comércio varejista, o empreendedor tem o dever de identificar qual o público o seu varejo pretende atingir. Os clientes desse tipo de estabelecimento estão atrás de qualidade e variedade de produtos, preços justos, agilidade no atendimento e facilidade para encontrar o que necessita nas prateleiras.
Quando propõe um supermercado, o empreendedor deve pensar em realizar uma pesquisa com uma amostra dos moradores da região, a fim de identificar as necessidades do público local e o interesse da região por esse tipo de empreendimento.
Quando decidido o porte do supermercado e o que será vendido, é hora de pensar se a localidade comporta demanda suficiente para a oferta. Um local que já está abastecido por muitas redes de comércio, por exemplo, pode não ter necessidade de um supermercado, deixando pouco espaço para empresas desse setor.
É interessante optar por um local com grande circulação de pessoas, onde se encontrem seus potenciais clientes. Portanto, dê preferência para as proximidades de residências e empresas.
Em qualquer negócio existem dificuldades, especialmente para os empreendedores de primeira viagem. Não seria diferente no comércio varejista . No entanto, com esforço e proatividade, é possível vencer os obstáculos e se estabilizar no mercado.
Gostou das nossas dicas para vencer as dificuldades no comércio varejista? Para continuar recebendo dicas úteis, assine agora mesmo a nossa newsletter!
Outros Artigos Relacionados
-
Como reduzir a rotatividade de colaboradores no supermercado
Se o “entra-e-sai” de funcionários também anda atrapalhando a sua empresa, continue lendo e descubra algumas dicas de como reduzir a rotatividade do varejo.
-
MEI: O que é e como ser um microempreendedor individual
Está pensando em empreender? Nós preparamos um material completo com tudo o que você precisa saber sobre o microempreendedor Individual, confira!
-
Quais os tipos de regime tributário e os principais impostos para varejistas
Os impostos e tributos que incidem sobre o seu negócio dependem do regime tributário em que se encontra. Descubra quais são e como saber o melhor pra você!
Parabéns, pelo rico conteúdos de informações !
Estabelecer e crescer no mercado brasileiro, com tantos variáveis de ocorrências e fora a estratégia mercadológica. Como atingir o alvo !
Realmente e um desafio e riscos muito grande , que um empreendedor deverá passar . Como alto administrador ou como um bom conhecedor do Produto e Mercado. Falo isso porque comecei no mercado em 1988 . E percebi que a cada 5 ou 10 anos e necessário inovar ou inventar com boas criativa. Hoje tenho uma marca VIA Products Ltda . Hoje estou atrás de sócios ou investidor agressivo com bons propósitos.
Olá Marcos,
ficamos felizes em ter ajudado e que tenha gostado do nosso conteúdo.
Agradecemos a interação e esperamos te ver mais vezes por aqui.