Reforma Tributária: o que muda para supermercados e pequenos varejistas em 2026

Autor: Max Assunto: Data: 29/12/2025
Reforma Tributária: o que muda para supermercados e pequenos varejistas em 2026

A partir de 2026, supermercados, mercadinhos, padarias e pequenos varejistas enfrentarão uma das maiores mudanças tributárias das últimas décadas. A Reforma Tributária sobre o Consumo (sancionada pela Lei Complementar nº 214/2025) altera totalmente a forma como os impostos são cobrados, impactando diretamente o dia a dia do varejo: precificação, cadastro de produtos, emissão de notas, conferência fiscal e gestão operacional.

Para quem vive a rotina intensa do balcão, o desafio é entender de forma simples, prática e sem juridiquês o que realmente muda, e como se preparar.

Neste artigo, você vai entender:

  • Quais tributos deixam de existir e quais entram no lugar;
  • Como a nova lógica impacta preços, notas fiscais e o controle do estoque;
  • Riscos, oportunidades e pontos de atenção;
  • Como sistemas de gestão, como o SysPDV, tornam a adaptação mais fácil.

1. O que muda com a Reforma Tributária

A mudança central é a substituição de cinco tributos (PIS, Cofins, IPI, ICMS e ISS) por apenas dois:

  • CBS – contribuição federal sobre bens e serviços;
  • IBS – imposto estadual e municipal sobre bens e serviços.

Os dois juntos formam o IVA Dual, um modelo adotado por diversos países para simplificar e dar mais transparência ao sistema tributário.

Por que isso importa para supermercados e pequenos varejistas?

Porque esses estabelecimentos operam com:

  • grande variedade de produtos;
  • fornecedores diferentes;
  • volumes altos de vendas;
  • margens estreitas;
  • operação fiscal complexa.

Simplificar os tributos pode reduzir burocracias. Mas isso também exige revisar cadastros, atualizar sistemas e ajustar a forma de vender e emitir notas.

2. Principais impactos no varejo alimentar

2.1. Simplificação e redução de burocracia

O objetivo do IVA Dual é diminuir a complexidade tributária, reduzindo tempo e custo com:

  • apuração de impostos;
  • escrituração fiscal;
  • conferência de notas;
  • adequações contábeis.

Em vez de lidar com cinco legislações diferentes, o varejista passa a trabalhar com duas regras principais (CBS e IBS). Mas atenção: a transição exige organização prévia, especialmente nos sistemas de gestão.

2.2. Alíquotas diferenciadas: zero, reduzida e padrão

A Reforma cria três cenários:

Alíquota Zero — Cesta básica nacional

Produtos definidos na cesta básica terão isenção total de IBS e CBS.
Isso tende a:

  • baratear preços ao consumidor;
  • aumentar a demanda por esses itens;
  • exigir precisão absoluta na classificação fiscal.

Alíquota Reduzida — Redução de 60%

Itens como:

  • alimentos fora da cesta básica,
  • medicamentos,
  • produtos de higiene pessoal,
  • limpeza doméstica,

passam a ter alíquota reduzida em 60% da taxa padrão do IVA.

Para supermercados, isso significa ajustar cadastros e garantir que cada item esteja na categoria fiscal correta.

Alíquota Padrão

Demais produtos seguem a alíquota cheia.

2.3. Crédito Tributário Amplo

A nova legislação amplia a recuperação de créditos ao longo da cadeia produtiva.
Isso reduz o efeito cascata dos impostos atuais.

Para o varejo, isso se traduz em:

  • menor acúmulo de custos invisíveis;
  • margens mais previsíveis;
  • necessidade de cadastro correto dos fornecedores e NCMs.
2.4. Cashback para população de baixa renda

Parte do imposto será devolvida a famílias de baixa renda.

Isso deve:

  • aumentar a circulação de renda;
  • elevar o consumo nos varejos de bairro;
  • exigir atenção na emissão correta dos tributos para que o cashback seja validado.

3. Tributação no destino e impacto nos preços

A Lei Complementar nº 214/2025 determina que o imposto será cobrado no destino, ou seja, no local onde o produto é consumido, não onde é vendido.

Isso altera a lógica de precificação para redes e varejistas que vendem para outros municípios ou estados.

O que isso significa na prática?
  • Estados e municípios terão autonomia para definir a alíquota do IBS;
  • O mesmo produto pode ter preços diferentes dependendo da localização do cliente;
  • O varejista precisará ajustar a precificação conforme o destino da mercadoria.

Exemplo realista:

Um item custa R$ 100,00.

  • IBS São Paulo: 18%
  • IBS Minas Gerais: 15%

Se a venda for para Minas, o imposto calculado é menor, mas o preço final ao consumidor pode ser maior ou menor conforme a política comercial da empresa.

Varejistas terão duas opções:

  1. Absorver a diferença e manter preços uniformes;
  2. Repassar a diferença ao consumidor, criando variações regionais.

Isso exige sistemas que permitam:

  • precificação dinâmica;
  • ajustes automáticos por região;
  • integração fiscal completa.

4. Cálculo “por fora”: mais clareza no preço final

Com a Reforma, CBS e IBS passam a ser calculados por fora — ou seja, o imposto não compõe o próprio imposto.

Exemplo:

  • Preço do produto: R$ 100,00;
  • IVA (IBS + CBS): 28%.

Tributo: R$ 28,00
Preço final: R$ 128,00

Isso traz mais transparência para o consumidor, e exige que o sistema do varejista faça o cálculo correto para não gerar erros fiscais.

5. Riscos e desafios para o varejo

Mesmo com a simplificação prometida, existem pontos sensíveis que precisam de atenção.

5.1. Classificação fiscal (NCM) correta

Esse será um dos maiores desafios.
Bastam pequenas inconsistências para gerar:

  • pagamento incorreto de tributo;
  • perda de créditos;
  • autuações;
  • divergências na escrituração.

Para supermercados, que têm milhares de SKUs, isso precisa ser tratado com cuidado.

5.2. Atualização dos sistemas de gestão

A Reforma exige que ERPs e PDVs estejam preparados para:

  • calcular as novas alíquotas;
  • emitir notas fiscais conformes ao IVA Dual;
  • suportar alíquotas diferenciadas;
  • lidar com variações regionais;
  • aplicar regras de crédito tributário.

Varejistas que não atualizarem sistemas terão dificuldades na operação fiscal e no atendimento.

5.3. Precificação e margem

Com alíquotas diferenciadas e tributação no destino, redes e pequenos varejos precisarão revisar:

  • margens;
  • promoções;
  • composição de preços;
  • negociações com fornecedores.

A tomada de decisão se torna mais técnica, e mais dependente de dados.

6. Como o SysPDV ajuda o varejista nessa transição

A tecnologia será o maior aliado do varejista na adaptação à Reforma Tributária.

O SysPDV, solução de automação da Casa Magalhães, facilita esse processo porque:

6.1. Agiliza o frente de loja
  • Atendimento mais rápido no PDV;
  • Emissão correta de NFC-e mesmo com novas regras fiscais;
  • Integração automática com faturamento, estoque e financeiro;
  • Suporte para múltiplas formas de pagamento.
6.2. Controla o estoque com precisão
  • Contagem ágil e menos sujeita a erro;
  • Redução de perdas e de desperdício;
  • Reposição inteligente com base no consumo real;
  • Maior controle sobre itens com alíquotas diferentes.
6.3. Oferece visão detalhada das vendas
  • Acompanhamento em tempo real;
  • Análise de ticket médio, categorias e horários;
  • Identificação de produtos que mais giram (ou que estão parados);
  • Base para decisões de margem e precificação.
6.4. Automatiza processos fiscais
  • Obrigações fiscais sempre atualizadas;
  • Documentos enviados automaticamente para o contador;
  • Redução de erros com NCM, alíquota e regras fiscais;
  • Menos risco de multas e autuações.
6.5. Dá suporte ao planejamento de compras
  • Controle de custos por produto;
  • Assistente de pedido de compras;
  • Leilão de fornecedores;
  • Previsibilidade para equilibrar margem e demanda.

7. O que supermercados do Simples Nacional precisam saber

Estabelecimentos enquadrados no Simples continuarão recolhendo de forma unificada, mas haverá mudanças importantes:

Split payment

Parte do valor das vendas será automaticamente direcionada para União, Estado e Município.
Isso altera:

  • fluxo de caixa,
  • conciliação,
  • controle financeiro.
Aproveitamento de créditos

Empresas do Simples não terão créditos de IBS e CBS, exceto se optarem voluntariamente pelo regime de débito e crédito.

Isso exige análise estratégica:

  • Quem compra muitos insumos pode se beneficiar da mudança;
  • Quem vende majoritariamente para consumidor final deve manter o regime simplificado.
Locações passam a ser tributadas

Receitas de aluguel de imóveis comerciais, antes isentas, passam a sofrer incidência de IBS e CBS, alterando o custo final para o varejista e exigindo revisão contratual.

8. Como se preparar para 2026

A reforma exige trabalho antecipado. Veja os principais passos:

1. Revisar toda a base de produtos
  • Conferir NCMs;
  • Aplicar corretamente alíquota zero, reduzida e padrão;
  • Atualizar regras de crédito.
2. Revisar margens e precificação
  • Testar cenários conforme destino da venda;
  • Ajustar promoções;
  • Simular o impacto das novas alíquotas
3. Atualizar sistemas

Essencial para não sofrer no início da vigência. PDV, ERP e controle fiscal precisam estar preparados para o IVA Dual.

4. Treinar a equipe

Operadores, líderes e administradores devem entender as mudanças básicas.

5. Contar com parceiros de tecnologia

Soluções como o SysPDV reduzem erros e automatizam processos, diminuindo o peso operacional da mudança.

Conclusão

A Reforma Tributária tem o potencial de facilitar a vida do varejista no médio prazo, reduzindo burocracia e tornando a tributação mais transparente. Mas, no curto prazo, exige planejamento, atualização e revisão interna.

Supermercados, mercadinhos e padarias que começarem essa adaptação agora estarão à frente em 2026.

O segredo é unir conhecimento + tecnologia, e contar com sistemas de gestão capazes de lidar com as novas exigências tributárias.

A Casa Magalhães, com o SysPDV e suas soluções integradas, está ao lado do varejista para simplificar, organizar e dar segurança a essa transição.

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