A importância dos controles internos de estoque e inventário (e o que o caso Grupo Mateus revela sobre riscos operacionais)
A gestão de estoque é um dos pilares mais importantes (e mais negligenciados) do varejo. Quando os controles internos falham, o impacto vai muito além do operacional: ele pode comprometer a saúde financeira, destruir valor de mercado e colocar em risco a credibilidade de uma empresa inteira.
O caso recente envolvendo o Grupo Mateus, que revelou R$ 1,1 bilhão em estoque superavaliado, trouxe à tona uma discussão urgente: por que controles internos são tão fundamentais — e por que tratar inventário como burocracia pode custar milhões?
Neste artigo, vamos explicar de forma clara e objetiva:
- A diferença entre controle de estoque e inventário;
- Por que ambos são indispensáveis;
- Como falhas nesses controles geram prejuízo, perda de eficiência e risco tributário;
- O que o caso Grupo Mateus nos ensina;
- Como evitar problemas semelhantes com apoio da tecnologia e boas práticas.
Controle de estoque x Inventário: qual a diferença?
Embora estejam conectados, cada um cumpre uma função específica na gestão do varejo.
Controle de Estoque
É o processo contínuo de registrar entradas, saídas, perdas, transferências e o saldo disponível de cada item.
- Objetivo: garantir que os produtos certos estejam disponíveis no momento certo;
- Ferramentas: planilhas, ERPs, softwares fiscais e sistemas automatizados como o SysPDV e o VarejoFácil, da Casa Magalhães.
Um bom controle reduz rupturas, evita compras desnecessárias e permite prever demandas e repor produtos com precisão.
Inventário
É a conferência física do estoque em um determinado momento. Ele confirma se o estoque que está no sistema corresponde ao que existe nas prateleiras e no depósito.
- Função: funciona como uma auditoria operacional;
- Objetivo: encontrar divergências como perdas, furtos, erros de lançamento ou extravios.
Sem inventário periódico, o controle de estoque perde credibilidade.
LEIA TAMBÉM >>> Indicadores de estoque: 7 métricas que você precisa acompanhar.
Como os dois se complementam
O inventário valida o controle de estoque, e o controle de estoque orienta o inventário. Quando existe desalinhamento entre ambas as práticas, decisões importantes são tomadas com base em dados incorretos, e isso afeta:
- compras;
- precificação;
- apuração de impostos;
- fluxo de caixa;
- planejamento logístico.
Empresas que não conciliam estoque físico e estoque contábil operam “no escuro”.
Tipos de inventário
Inventário Geral
Contagem completa do estoque, geralmente 1 vez por ano (em muitos casos, insuficiente).
Inventário Rotativo (Cíclico)
Contagens menores, realizadas continuamente, priorizando itens de maior rotatividade, uma prática muito mais eficiente e recomendada para o varejo moderno.
Por que os controles internos são tão importantes?
1. Garantia de disponibilidade
Sem controle, a loja não sabe o que tem, e perde vendas por ruptura.
2. Redução de custos
Evita compras excessivas, perdas, desperdícios e produtos obsoletos.
3. Prevenção de fraudes e perdas
Inventários regulares revelam roubos internos, desvios, erros de cadastro ou de conferência.
4. Otimização do capital de giro
Dinheiro parado em estoque é dinheiro que deixa de girar no caixa.
5. Eficiência operacional
Com processos claros, a operação fica ágil, organizada e previsível.
6. Planejamento estratégico inteligente
É impossível planejar compras, promoções ou expansão sem dados confiáveis.
7. Satisfação do cliente
Nada frustra mais o consumidor do que não encontrar o produto desejado.
8. Conformidade legal
O estoque influencia diretamente demonstrações contábeis, tributação e auditorias.
9. Classificação inteligente das mercadorias
Ferramentas como Curva ABC ajudam a priorizar itens estratégicos.
O caso Grupo Mateus: um alerta para todo o varejo
O episódio envolvendo o Grupo Mateus entrou para a história recente do varejo brasileiro, não por uma crise econômica, mas por graves falhas no controle de estoque e no inventário.
Veja a dimensão do problema:
- R$ 1,1 bilhão em estoque superavaliado;
- R$ 2 bilhões em valor de mercado evaporaram em poucos dias;
- Ações com queda superior a 20%;
- Lojas que ficaram até 2 anos sem inventário físico;
- Notas fiscais que “entravam no sistema” sem que a mercadoria realmente chegasse ao depósito;
- Funcionários manipulando códigos para desviar produtos;
- Custo médio das mercadorias vendidas calculado de forma inconsistente.
E o mais grave:
Auditorias apontaram 42 deficiências nos controles internos desde 2021, mas nenhuma correção foi priorizada.
Anos ignorando recomendações, inventários raros e procedimentos falhos culminaram na maior crise da história da empresa.
E quanto custou “economizar” nos controles internos?
- Perda real: R$ 1,1 bilhão;
- Destruição de valor: R$ 2 bilhões;
- Custo para consertar: R$ 15 milhões para auditar, contratar equipes, fazer inventários mensais e revisar processos.
Ou seja: o barato saiu 70 vezes mais caro.
O que esse caso ensina ao varejo?
- Compliance não é custo — é seguro;
- Todo varejista, pequeno ou grande, precisa de inventários frequentes;
- Sistemas confiáveis evitam distorções contábeis e fiscais;
- Erros pequenos, ignorados no dia a dia, viram bolas de neve milionárias;
- Sem estoque confiável, nenhuma tomada de decisão é segura.
As lições são duras, mas necessárias.
Como evitar problemas assim? A resposta está nos processos e na tecnologia
Para garantir precisão no estoque e evitar riscos, o varejista precisa unir processos bem definidos e sistemas robustos.
Padronize entradas e saídas
Treine equipes, registre quebras, devoluções e perdas corretamente.
Realize inventários rotativos
Não espere 1 ano: faça semanal ou mensalmente para itens de alta rotatividade.
Use tecnologia integrada
Soluções como SysPDV e VarejoFácil, da Casa Magalhães, permitem:
- conferência precisa;
- integração entre loja e retaguarda;
- registro automático de movimentações;
- atualização de saldos em tempo real;
- redução de erros operacionais;
- relatórios para auditoria e contabilidade.
Crie indicadores de controle
Acuracidade, giro, perdas e rupturas devem ser acompanhados continuamente.
Estoques mal geridos não geram apenas perdas operacionais, eles podem colocar empresas inteiras em risco. O caso Grupo Mateus serviu como alerta para o setor: não existe crescimento sustentável sem governança, compliance e tecnologia.
Para o varejista, o recado é claro:
Controle de estoque e inventário não são tarefas burocráticas — são ferramentas estratégicas que garantem lucro, segurança e competitividade.
E com as soluções da Casa Magalhães, esse processo se torna simples, integrado e confiável, permitindo que o varejista tome decisões mais seguras e rentáveis todos os dias.
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